domingo, 13 de julho de 2008

Jumper



Em miúdo, David Rice (Hayden Christensen) apercebe-se que, quando em situações de stress ou perigo, consegue teleportar-se para qualquer parte do Mundo. Como? Não interessa! Pelo menos é o cuidado que os argumentistas tiveram. Não explicar como. Aliás, o grande problema deste filme é a escassez (eufemismo) de explicações.
Já adulto, David, que leva uma vida extremamente dura (sarcasmo) descobre que não é único como julgava. Existem mais, os Jumpers, que são caçados por uma agência secreta, Os Paladinos. Ainda estão a ler? Não sabem do melhor. O motivo pelo qual os Paladinos fazem uma verdadeira caça às Bruxas é… "Não interessa". Supostamente é para os impedir de usar os poderes para praticar o mal (assaltar bancos não conta), mas não me convence muito. Resumindo, uma guerra entre Humanos e Jumpers.
No entanto nem tudo é mau e apesar de o filme pecar pela ausência de explicações, convincentes pelo menos, é recheado de acção. Muita acção e efeitos especiais bastante razoáveis. Parece-me óbvio que o objectivo não foi a qualidade, mas sim a quantidade (leia-se bilheteira).
A interpretação de Hayden é fraca. Não esperava muito mais, mas a verdade é que o Vilão (Samuel L. Jackson) não é muito melhor. Juntem a estes dois a miúda do The OC e temos um kit de mediocridade! Verdade seja dita que os personagens não ajudam. Diálogos sem princípio meio e fim, bastantes clichés e a ausência de uma linha coerente de história tornam Jumper um filme vazio.
Os efeitos especiais, sequências de luta e cenários estão francamente bons, mas é preciso mais do que isso para se fazer um bom filme.
O que mais me aborrece é o facto de saber que o filme tem potencial. A ideia até é boa. Digam lá que não gostavam de conseguir teleportar-se para qualquer lado?
Se gostam de acção e efeitos especiais mas acham que um bom argumento “não interessa”, então Jumper é o vosso filme. Quanto a mim o Jumper vai é teleportar-se para a secção “andavas e andas!!!”.

Veredicto: andavas e andas!!! (5/10)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

The Machinist


Actor: singular, masculino, feminino: Actriz, do Latim Actor, o que pratica arte dramática, comediante, figurativo, impostor.

Assim vem no dicionário de português a palavra actor… não sei se será a melhor maneira de expressar, para mim deixo-vos com um nome, Christian Bale, façamos uma pequena viagem no tempo, e paremos em 1987, quando Spielberg apresenta ao mundo este jovem actor, todos nós nos lembramos, do que provavelmente é a maior interpretação de um jovem num filme, pelo menos para mim acho que é.

The Machinist, onde Christian Bale está praticamente irreconhecível, pois emagreceu de uma maneira completamente doentia para este papel, foi preciso muito sacrifício, tanto físico como mental para conseguir o que Bale conseguiu…ficar completamente esquelético, que de o vermos nem acreditamos que este homem a seguir fez o brilhante Batman Begins do Christopher Nolan (this one is a genius!).
Em The Machinist, Bale é Trevor Reznik, um operário fabril que por causa de um acidente e também em grande parte devido ao seu estado físico não é das pessoas mais bem-amadas dentro daquela fábrica. Realizado por Brad Anderson, The Machinist , tem uma fotografia muito interessante, com pequenos twist nas imagens e pequenos saltos que tornam a historia cada vez mais interessante. Não nos faz adormecer em frente à caixa mágica, isso vos garanto.

Também queria deixar uma nota de apreço à banda sonora, não sou nenhum especialista, mas gosto de música de cinema, ao contrário de amigos meus, que teimam em não gostar, talvez me vá armar em esperto, mas creio que esta banda sonora, feita pelo Roque Baños, é altamente influenciada pelo grande compositor Bernard Hermann, consegue-se ouvir os violinos em partes fulcrais do filme de uma maneira muito nostálgica, fazendo-nos lembrar do Vertigo, coisa que apreciei bastante neste filme pois encaixa perfeitamente com o que se está a ver.
Digo-vos que é um filme perspicaz, que nos faz ficar colados ao televisor, esperando pelo desfecho da história, que por sinal está bem conseguido.

Deixo-vos, até uma próxima crítica, pois estou com sono e já não durmo durante muito tempo, agora que acabei, posso ir descansar.
Só quero ir dormir! ;)


VEREDICTO: SÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ (4 em 5)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Zwartboek (Livro Negro)


Paul Verhoeven, um dos melhores realizadores da actualidade, deixou a sua marca em Hollywood a partir da década de 80 com títulos como “Robocop”, “Total Recall (Desafio Total)”, “Basic Instinct (Instinto Fatal)”, “Showgirls” e “Starship Troopers (Soldados do Universo)”.
Zwartboek marca o regresso do Holandês à sua Terra natal escrevendo o argumento juntamente com Gerard Soeteman.
Estamos na Holanda ocupada pelos nazistas em 1944. Rachel (Carice van Houten) é uma judia holandesa cuja família é morta por soldados alemães numa tentativa frustrada de fuga para a Bélgica. Após a tragédia, ela junta-se a uma facção da resistência holandesa em Amesterdão, liderada por Gerben Kuipers (Derek de Lint). Numa falha do grupo, responsável pelo contrabando e fornecimento de armas para os holandeses insurgentes, alguns de seus membros são capturados. Rachel, então, é encarregada da missão de se infiltrar no quartel-general da SS nazista, a fim de seduzir o seu oficial maior, Ludwig Müntze (Sebastian Koch), e assim colaborar no plano de libertação dos membros da resistência ali encarcerados. Ela torna-se Ellis de Vries, amante de Müntze.

A forma de conduzir a aventura de Rachel, no seu papel de espiã é aquela em que Verhoeven se sai melhor – o thriller de acção e mistério. A narrativa baseia-se numa linha-mestre – quem são os responsáveis pela delação de famílias judias aos nazistas. A partir daí, as cenas de acção, e as consequentes reviravoltas da trama, sucedem-se uma atrás da outra, prendendo-nos à cadeira, ou sofá ou mesmo cama e os nossos olhos, no ecrã. É graças à sucessão de cenas de acção que os personagens vão tomando forma e rosto, ou melhor, vão mudando de forma e rosto. O “quem é quem” dos tempos de guerra é definido de modo dinâmico, em consonância com os desdobramentos do thriller; um período de excepção no qual é ainda mais difícil distinguir os bons dos maus. Em “Livro Negro”, eles estão por toda parte, surpreendendo o espectador.

A obra é extremamente tradicional do ponto de vista da linguagem cinematográfica, muito bem realizada. Eu diria que é como se fosse realizado por uma pessoa completamente diferente, devido aquilo que Verhoeven nos acostumou no passado. Com este filme, Verhoeven viu-se novamente nas graças dos críticos e quase recebeu uma nomeação ao Oscars 2007 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. De realçar a interpretação de Carice Van Houten que já chamou à atenção de directores como Bryan Singer e Ridley Scott.

Veredicto: Síííííí (8/10)

Birdcage, quando ainda era legal rir de Gays


Albert Goldman

Agador Spartacus

Se tivesse que nomear a personagem de cinema que me é mais querida, estas duas pérolas estariam sempre entre os nomeados. São raras as ocasiões em que o trabalho de um actor transcende por completo o que está na página e o realizador nem espera o tesouro que tem nas mãos. E é sobretudo pelo trabalho excepcional de Nathan Lane e Hank Hazaria que este filme é tão especial.

Sim, pode-se considerar que são duas personagens baseadas em clichés e até preconceitos sociais. A abordagem que os actores tomaram não é radicalmente inovadora em si. Mas há algo, uma sinergia, uma simbiose entre o papel e o actor, um comic timming precioso que nos fazem rir de situações que nos dias que correm são quase proibidas de se acharam hilariantes, tão frágeis andam as susceptibilidades à rir-me de personagens maricas.

E Albert e Agador não são nada menos do que isso. São maricas. Esteriotipadamente maricas. Albert quer ser mulher, usa maquilhagem, fala fino e vive com um homem. Agador usa calções à Lara Croft, quer ser bailarina, faz a limpeza a ouvir Gloria Estefan e é o mordomo do casal. Maricas, no seu pleno significado nos anos 90. E são as personagens mais bondosas, bem intencionadas e empáticas de todo o filme.

Realizado pelo sempre consistente Mike Nichols (autor de clássicos como The Graduate), The Birdcage é a adaptação americana para cinema de uma peça francesa que também foi adaptada ao cinema nesse país, La Cage Aux Folles. Não vos quero de todo descrever o enredo. Apenas vos digo que envolve muitos maricas, muita sátira política, muita sátira social e possui em elenco de luxo. Robin Williams também interpreta um homossexual, ainda que bem menos maricas do que Albert e Agador (com tanto pêlo corporal nunca seria muito credível). Gene Hackman interpreta um senador conservador, numa performance cheia de nuance, subtileza e brilhantismo. Dianne Wiest interpreta a esposa. Calista "Ally McBeal e também Mrs. Harrison Ford" Flockhart interpreta a filha do casal, que pretende casar-se com o filho de Robin Williams, que naturalmente não é maricas e que cuja mãe é Albert. Faz tudo mais sentido do que parece.

O filme é hilariante, tem conteúdo, tem interpretações fantásticas (sobretudo por parte dos dois destaques mencionados) e muito coração. Apesar das críticas de muitas flores de estufa, é um retrato profundamente humano e empático das relações homossexuais. E riam-se à vontade, sem medo de ofender alguém. Muitos dos "maricas" que eu conheço e por quem tenho profunda estima, ficariam ofendidos se não o fizessem.

Tentem não se rir disto:

Veredicto: Síííííííííííííííííííííííí 9/10

Stay Puft

21



Filme de Robert Luketic, com Kevin Spacey e Laurence Fishburn mas mais secundários em torno deste filmezito…sim acho que lhe posso chamar assim…Bem já estão a ver como será isto, já lhe estou a chamar filmezito…não é mau, mas também não é nada de especial, vai passar num domingo à tarde na tvi ou na sic seguramente, portanto não gastem o vosso precioso dinheiro a ir ver um filme sobre um grupo de miúdos que até sabem algumas coisas (disfarçam muito bem, como o meu amigo Stay Puft estão a ver?) pois estudam no famoso Massachusetts Institute of Technology, vulgo MIT, e então um professor bem caracterizado pelo Kevin Spacey (de longe o melhor no filme, desenrasca-se sempre muito bem) como sendo um professor, simpático, engraçado, boa onda, mas também um verdadeiro cabrãozinho quando é preciso.

A entrada inicial até é engraçada com breves momentos me fizeram lembrar o Casino Royalle, mas infelizmente nem lhe chega aos calcanhares, pois provavelmente é o melhor filme do 007…
Verdade seja dita, um dia destes tenho que ir com o Stay Puft e o Plainview a Vegas, onde se passa parte e a mais importante parte da história, com aquelas festas todas, o gambling, e sem noção nenhuma de tempo…ups já estou a divagar…bem o filme, onde íamos? Ah sim é verdade, o Ben, protagonizado pelo Jim Sturgess (não é mau) tem um CV invejável, só lhe falta algo que é muito importante para entrar em medicina em Harvard, guito…não tem guito nenhum…então depois de uma conclusão brilhante numa aula com o professor Rosa, mais conhecido por Mickey é aliciado a entrar num esquema, e que esquema, aprender as manhas todas do Black Jack, como anda à rasca de dinheiro e easy Money é sempre mais fácil :P então entra na onda…obviamente começa a correr bem e a ganhar bom dinheiro.

Depois vem a paixoneta do filme onde Ben e Jill (Kate Boswoth, a bonitona) se envolvem e fazem de tudo para que não se veja as mamas da Jill numa cena numa penthouse em Vegas, enfim…o que é bom é para ver, já ouço isto há muitos anos…mas enfim…pronto meus amigos não lhes vou estragar o filme com a viragem súbita do fim, mas pronto, ah de realçar também o Fishburne que devido à experiencia que ele tem e tal também segura bastante o filme…


P.S.: É verdade, já me ia esquecendo, no filme acontece uma cena caricata, onde Jill que está no ginásio acena freneticamente a alguém que está atrás de Ben e Ben acena também não se apercebendo de que o cumprimento não é para ele! Só vos digo que conheço alguém a quem isto já aconteceu também… ai fiquei envergonhado agora :P


VEREDICTO: ANDAVAS E ANDAS (2 EM 5)

sábado, 5 de julho de 2008

The Happening (O Acontecimento)



The Happening (O Acontecimento) é o novo trabalho do realizador M. Night Shyamalan, o criador de obras intrigantes e criativas como “The Sixth Sense” ou “Signs”. No entanto, o último filme do realizador, “Lady in The Water” (Senhora da Água), fracassou. Apresentando uma qualidade bastante inferior no argumento e na criação de suspence, uma das imagens de marca de Shyamalan. Agora, surge-nos The Happening, um filme dentro do género das restantes obras do realizador, que prometia voltar a elevar a fasquia de qualidade (talvez na próxima), no entanto tal não acontece. O filme apresenta um entretenimento de pouca qualidade com pouca transcendência, o suspense vai diminuindo à medida que o filme se desenvolve sendo substituído pela monótona previsibilidade e os actores principais também em nada beneficiam a obra, aparecendo muito limitados e apagados, apesar de ter gostado do Trabalho de Mark Wahlberg que nos apresenta uma personagem diferente do que nos tem habituado. A Zooey Deschanel vale pelos seus lindos olhos Azuis.

The Happening, algo apocalíptico que reflectiu bem os trailers do filme que foram sendo lançados, parecendo até que Shyamalan nos ia presentear um filme com intriga e suspense e com alguma sorte, medo. Promessas vãs pois os trailers são melhores que o filme em si. A história acompanha os momentos de pânico e ânsia que sucedem o aparecimento de uma neuro-toxina na cidade de Nova York e que leva os seus habitantes a suicidarem-se em massa. A misteriosa toxina propaga-se por outras grandes cidades da costa Este norte-americana, fazendo inúmeras vítimas. Inicialmente pensa-se que se trata de um ataque terrorista, mas rapidamente essa ideia perde consistência, dando lugar a um cenário mais aterrador (leia-se idiota). O filme centra-se principalmente em quatro personagens. O professor Elliot (Mark Wahlberg), a sua mulher Alma (Zooey Deschanel), o seu melhor amigo Julian (John Leguizamo) e a filha deste, Jess (Ashlyn Sanchez). Os quatro conseguem fugir a tempo num comboio que parou na cidade de Filadélfia antes da epidemia atingir a metrópole, refugiando-se numa zona rural à espera que a epidemia passe e não os afecte.

O Argumento apresentava grandes potencialidades, fruto de uma ideia original interessante que certamente poderia ter dado origem a um filme com o mesmo nível de Signs (Sinais). Contudo, não lhe foi dado a tal mística tão característica das obras do realizador. É certo que no inicio o suspense e a intriga são bem trabalhados mas rapidamente esfumam-se dando lugar a um desenvolvimento previsível com diálogos de fraca qualidade recheados de clichés e até de algumas explicações pouco convincentes.

The Happening não deixa de ser interessante, mas, infelizmente é preciso muito mais que uma boa ideia original para fazer um bom filme. E convenhamos, este não é um deles.

Breve Nota: A mensagem deixada no filme, apesar de não ser nova não está suficientemente gasta e se virem o filme rapidamente se apercebem a que me refiro. Para não estragar a história opto por não divulgar qual.

Veredicto: Andavas… e ainda andas! (6.5/10)

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Forgetting Sarah Marshall


Em primeiro lugar, o filme em português foi transcrito como “Um Belo Par de Patins", mais um caso para ficar nos anais da história dos títulos bem traduzidos para português…eu não sei quem faz mas que fazem um trabalho realmente notável, lá isso fazem…uma salva de palmas para eles! Clap Clap!

Forgetting Sarah Marshall, é uma comédia com o cunho do Jude Apattow, senhor que fez, Virgens aos 40, e mais recentemente, Superbad e Knocked Up, e claro seria impossível de não fazer referência com uma das minhas séries de TV preferidas… Freaks and Geeks, que há uns anos passou na SIC Radical…


Bem o filme é sobre um casal apaixonado, Sarah (Kristen Bell) uma actriz de uma série de TV e Peter (Jason Siegel) o criador musical da referida série…bem mas nem tudo são rosas e ela acaba com ele porque como já estamos habituados, trocou por outro rapaz do mundo do espectáculo…nota interessante para o rompimento ter sido feito com o rapaz em pelota, que balança com o final do filme;)


Peter começa a sofrer de uma maneira totalmente desmedida…mesmo tentando recomeçar outras relações mas não consegue…até ao ponto de chorar quando acaba a sua performance sexual…enfim, o rapaz está de rastos…


Em conversa com um amigo, resolve ir para o Havai, para ver se consegue livrar-se do fantasma da ex-namorada, mas, azar do caraças, a ex-namorada está no mesmo hotel onde ele está alojado…apesar de se pensar que irão ser umas férias completamente arruinadas, não será assim tão linear, graças à recepcionista, a actriz de origens ucranianas, Mila Kunnis (conhecida por trabalhos em That 70’s Show e mais recentemente, Family Guy) que interpreta o papel de Rachel. Ao conhecer Rachel Peter começa a descobrir-se e a encontrar forças para ultrapassar o fantasma Sarah…


De salientar alguns takes com alguma piada…denominadamente o “Nothing Compares” da Sinead O’Connor nos créditos mas cantado em Havaiano;)


Não é um mau filme, mas não acrescenta nada de novo nas comédias românticas, por isso:

Veredicto: Sí (2.5 em 5)

AMERICAN PSYCHO



Anos 80. Década marcada pela gestão de Reagan que será para sempre recordada como o pico do excesso, o cume do consumo desenfreado. Período da moral corrompida, movimentavam-se predadores como Patrick Bateman, a figura principal do livro de Bret Easton Ellis. A realizadora Mary Harron soube ver o potencial desse livro e decidiu pegar na controversa obra de culto, adaptando-a para o cinema no ano 2000. O resultado? Muito bom, embora em Portugal a coisa não tenha sido lá muito bem recebida: o filme chegou bastante atrasado às salas e a recepção por parte do público marcou-se, mais ou menos, pela indiferença. (sabem o que é vocês mereciam??).
American Psycho é um thriller carregado de sarcasmo e humor negro, centrado na alta sociedade nova-iorquina. É lá que encontramos Bateman, um bem sucedido yuppie de Wall Street, dono de uma vida aparentemente glamourosa. Nada é deixado ao acaso na existência do Patrick: a casa é luxuosa, os fatos são de alta-costura, o acesso a restaurantes da moda é fundamental e o tratamento excessivo do corpo, uma necessidade básica. Solitário e narcisista, Bateman entra em disputa com os seus colegas de trabalho para averiguar qual deles possui o mais requintado cartão de contacto! Entre a sua namorada loura e oca (que desconhece o verdadeiro "eu" do seu mais que tudo) e a sua amante viciada em drogas, o jovem dedica-se a um "desporto" repleto de rituais muito atípicos: mata prostitutas de rua, sem-abrigo e colegas de profissão que não suporta. Tudo com o maior dos preparos e enquanto faz a sua crítica musical sobre os artistas e hits do momento que mais aprecia.
O filme é uma provocação de uma ponta à outra. É uma sátira elegante e inteligente a uma classe social alienada e hedonista onde a moral e a ética constituem conceitos vagos. Para além da excelente revisitação dos comportamentos superficiais e paisagens da época, Mary Harron. A psique distorcida e as acções sádicas de Patrick Bateman mais parecem um prolongamento empolado daquilo que se passa na arena social e profissional onde ele tenta impor-se constantemente.
A performance de Christian Bale é extraordinária. Há momentos em que o actor atinge a excelência dramática. Noutros, é simplesmente hilariante
De louvar é também o fabuloso final, uma espécie de anti-clímax que desvenda a desorientação a todos os níveis do tresloucado empresário. Imprescindível!

Classificação final: Síííííííííííííííííííííííííííííí (9/10)