sexta-feira, 4 de julho de 2008

AMERICAN PSYCHO



Anos 80. Década marcada pela gestão de Reagan que será para sempre recordada como o pico do excesso, o cume do consumo desenfreado. Período da moral corrompida, movimentavam-se predadores como Patrick Bateman, a figura principal do livro de Bret Easton Ellis. A realizadora Mary Harron soube ver o potencial desse livro e decidiu pegar na controversa obra de culto, adaptando-a para o cinema no ano 2000. O resultado? Muito bom, embora em Portugal a coisa não tenha sido lá muito bem recebida: o filme chegou bastante atrasado às salas e a recepção por parte do público marcou-se, mais ou menos, pela indiferença. (sabem o que é vocês mereciam??).
American Psycho é um thriller carregado de sarcasmo e humor negro, centrado na alta sociedade nova-iorquina. É lá que encontramos Bateman, um bem sucedido yuppie de Wall Street, dono de uma vida aparentemente glamourosa. Nada é deixado ao acaso na existência do Patrick: a casa é luxuosa, os fatos são de alta-costura, o acesso a restaurantes da moda é fundamental e o tratamento excessivo do corpo, uma necessidade básica. Solitário e narcisista, Bateman entra em disputa com os seus colegas de trabalho para averiguar qual deles possui o mais requintado cartão de contacto! Entre a sua namorada loura e oca (que desconhece o verdadeiro "eu" do seu mais que tudo) e a sua amante viciada em drogas, o jovem dedica-se a um "desporto" repleto de rituais muito atípicos: mata prostitutas de rua, sem-abrigo e colegas de profissão que não suporta. Tudo com o maior dos preparos e enquanto faz a sua crítica musical sobre os artistas e hits do momento que mais aprecia.
O filme é uma provocação de uma ponta à outra. É uma sátira elegante e inteligente a uma classe social alienada e hedonista onde a moral e a ética constituem conceitos vagos. Para além da excelente revisitação dos comportamentos superficiais e paisagens da época, Mary Harron. A psique distorcida e as acções sádicas de Patrick Bateman mais parecem um prolongamento empolado daquilo que se passa na arena social e profissional onde ele tenta impor-se constantemente.
A performance de Christian Bale é extraordinária. Há momentos em que o actor atinge a excelência dramática. Noutros, é simplesmente hilariante
De louvar é também o fabuloso final, uma espécie de anti-clímax que desvenda a desorientação a todos os níveis do tresloucado empresário. Imprescindível!

Classificação final: Síííííííííííííííííííííííííííííí (9/10)

3 comentários:

susana disse...

Bem neste caso, só pelo actor principal eu dava logo a pontuação máxima! Este sim é um bom filme!

Diavinho Bermelho disse...

Plainview...
"You're a fucking ugly bitch. I want to stab you to death, and then play around with your blood."
Das minhas quotes preferidas :)

Eliana disse...

Ele é mau! Bonito mas mau... Se faz favor idolatra os bons!